26/03/2020
Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no polêmico pronunciamento de terça-feira (24), o isolamento vertical – aquele em que idosos ficam isolados e pessoas saudáveis, com menos de 60 anos, voltam ao trabalho – ecoou na Câmara de Maringá. O vereador Chico Caiana (PTB) defendeu a reavaliação do decreto municipal e a reabertura parcial do comércio e da prestação de serviços.
Baseada nas perdas econômicas que ocorrerão por conta da quarentena, o vereador usou o pequeno expediente (e também o grande expediente) da sessão desta quinta (26) para defender medidas menos penosas para os munícipes. "Se deixarmos os empresários trabalhar, a cidade anda, o Estado anda, o país anda", disse. O vereador não apresentou argumentos técnicos.
☕ Maringá amplia medidas de combate à doença
Na sessão anterior, Caiana já havia defendido a reabertura de açougues e padarias como forma de reduzir a circulação de pessoas nos supermercados e de proteger os pequenos negócios. A reabertura desses dois segmentos também tem sido por alguns outros vereadores, como o presidente da Casa, Mário Hossokawa (PP).
No entanto, Caiana tem sido o único edil, até o momento, a pedir uma reabertura mais ampla da atividades comerciais e prestação de serviços em Maringá. Apesar de o vereador não usar a expressão "isolamento vertical", o discurso de que as famílias têm de cuidar dos idosos é similar à fala do presidente. "Temos de cuidar dos enfermos, mas a sociedade inteira não pode parar de produzir porque nossa cidade vai sofrer as consequências drasticamente", disse Caiana.
Algo parecido com essas campanhas pelo fim do isolamento, estimuladas pelo pronunciamento de Bolsonaro, também ocorreram na Itália; e o resultado foi trágico. Segundo reportagem do jornal El País, no fim de fevereiro, quando país ainda tinha menos de 20 mortes pela Covid-19, o governo federal de Roma relaxou medidas adotadas pelos prefeitos e governos regionais.
☕ Maringaense na Itália: "Não há lugar para todos nos hospitais"
Sem um isolamento rigoroso, como o praticado pela Coreia do Sul e outros países asiáticos, o doença fugiu rapidamente do controle na Itália. Logo, faltavam leitos de UTI e respiradores. Há vários dias, o país europeu registra mais de 600 mortes pela Covid-19 por dia. Já são 80,5 mil infectados e 8.165 mortes no total. Tida como exemplo no combate à doença, a Coreia do Sul, em contrapartida, registrou menos de 130 mortes.
Em Maringá, o prefeito Ulisses Maia (PDT) disse que a quarentena – com comércio fechado (exceto serviços essenciais), isolamento social e toque de recolher – será mantido. O objetivo é evitar uma escalada da doença além do que as unidades de saúde possam comportar. No Brasil, 26 governadores também seguem as orientações da OMS, ignorando a convocação de Bolsonaro pelo retorno ao trabalho e reabertura das escolas.
Assista à sessão da Câmara desta quinta (26):
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* Matérias e opiniões publicadas no Café com Jornalista estão compreendidas pela atividade jornalística e amparadas pela liberdade de imprensa e de expressão. (Do editor)
Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no polêmico pronunciamento de terça-feira (24), o isolamento vertical – aquele em que idosos ficam isolados e pessoas saudáveis, com menos de 60 anos, voltam ao trabalho – ecoou na Câmara de Maringá. O vereador Chico Caiana (PTB) defendeu a reavaliação do decreto municipal e a reabertura parcial do comércio e da prestação de serviços.
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Vereador Chico Caiana (PTB), na sessão desta quinta (26) – Reprodução/CMM |
☕ Maringá amplia medidas de combate à doença
Na sessão anterior, Caiana já havia defendido a reabertura de açougues e padarias como forma de reduzir a circulação de pessoas nos supermercados e de proteger os pequenos negócios. A reabertura desses dois segmentos também tem sido por alguns outros vereadores, como o presidente da Casa, Mário Hossokawa (PP).
No entanto, Caiana tem sido o único edil, até o momento, a pedir uma reabertura mais ampla da atividades comerciais e prestação de serviços em Maringá. Apesar de o vereador não usar a expressão "isolamento vertical", o discurso de que as famílias têm de cuidar dos idosos é similar à fala do presidente. "Temos de cuidar dos enfermos, mas a sociedade inteira não pode parar de produzir porque nossa cidade vai sofrer as consequências drasticamente", disse Caiana.
Protestos
O vereador não é voz isolada na cidade. Relativizando o avanço da doença no mundo e as milhares de mortes, um grupo de apoiadores de Bolsonaro fez carreata em Maringá pedindo a reabertura imediata do comércio. Nova carreata já está sendo convocada, em grupos de WhatsApp para a tarde do próximo sábado (28).Algo parecido com essas campanhas pelo fim do isolamento, estimuladas pelo pronunciamento de Bolsonaro, também ocorreram na Itália; e o resultado foi trágico. Segundo reportagem do jornal El País, no fim de fevereiro, quando país ainda tinha menos de 20 mortes pela Covid-19, o governo federal de Roma relaxou medidas adotadas pelos prefeitos e governos regionais.
☕ Maringaense na Itália: "Não há lugar para todos nos hospitais"
Sem um isolamento rigoroso, como o praticado pela Coreia do Sul e outros países asiáticos, o doença fugiu rapidamente do controle na Itália. Logo, faltavam leitos de UTI e respiradores. Há vários dias, o país europeu registra mais de 600 mortes pela Covid-19 por dia. Já são 80,5 mil infectados e 8.165 mortes no total. Tida como exemplo no combate à doença, a Coreia do Sul, em contrapartida, registrou menos de 130 mortes.
Em Maringá, o prefeito Ulisses Maia (PDT) disse que a quarentena – com comércio fechado (exceto serviços essenciais), isolamento social e toque de recolher – será mantido. O objetivo é evitar uma escalada da doença além do que as unidades de saúde possam comportar. No Brasil, 26 governadores também seguem as orientações da OMS, ignorando a convocação de Bolsonaro pelo retorno ao trabalho e reabertura das escolas.
Assista à sessão da Câmara desta quinta (26):
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