12/03/2020
* Por Cláudio Costa
Vamos falar de jornalismo? Pois bem. Foram cometidos três erros crassos na reportagem do médico Drauzio Varella para o Fantástico:
1º – Não conferiram a condenação de Suzy, condenada por estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal) e homicídio (artigo 121 do CP);
2º – Ah, faltou contextualização. Afinal, o fato de Suzy ter estuprado e matado uma criança de nove anos poderia explicar por que não recebe visitas há oito anos;
3º – Drauzio abraçou Suzy, o que seria impensável em qualquer reportagem jornalística. Apesar de se comover com uma notícia, o jornalista tem de manter distância do fato, pois pode causar a revolta que – que causou, naquele caso.
"Ah, Cláudio, mas o Drauzio não é jornalista, e sim médico!" Ele estava na condição de repórter, tinha jornalistas na produção. Tinha de ter mantido o distanciamento do mesmo jeito.
"Ah, em 30 anos nos presídios, ele nunca pede por quais crimes os pacientes foram condenados." Gente, ele escreveu um livro, "Estação Carandiru" (Companhia das Letras) – ótimo, recomendo a leitura –, que conta a história de presidiários. Virou filme!
Por favor, parem de fantasiar um mundo com unicórnios e arco-íris. A vida não é assim, e a realidade é dura, mais difícil do que os jornalistas podem mostrar.
>>> Sobre o Café
>>> Sobre o Jornalista
>>> Cafeinado
>>> Maringá
>>> Política
>>> Economia
>>> Geral
>>> Entrevistas
>>> Artigos
>>> Imprensa
* Os artigos não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Jornalista, que os reproduz em exercício da atividade jornalística e amparado pela liberdade de expressão. (Do editor)
* Por Cláudio Costa
Vamos falar de jornalismo? Pois bem. Foram cometidos três erros crassos na reportagem do médico Drauzio Varella para o Fantástico:
![]() |
Drauzio e Suzy |
2º – Ah, faltou contextualização. Afinal, o fato de Suzy ter estuprado e matado uma criança de nove anos poderia explicar por que não recebe visitas há oito anos;
3º – Drauzio abraçou Suzy, o que seria impensável em qualquer reportagem jornalística. Apesar de se comover com uma notícia, o jornalista tem de manter distância do fato, pois pode causar a revolta que – que causou, naquele caso.
"Ah, Cláudio, mas o Drauzio não é jornalista, e sim médico!" Ele estava na condição de repórter, tinha jornalistas na produção. Tinha de ter mantido o distanciamento do mesmo jeito.
"Ah, em 30 anos nos presídios, ele nunca pede por quais crimes os pacientes foram condenados." Gente, ele escreveu um livro, "Estação Carandiru" (Companhia das Letras) – ótimo, recomendo a leitura –, que conta a história de presidiários. Virou filme!
Por favor, parem de fantasiar um mundo com unicórnios e arco-íris. A vida não é assim, e a realidade é dura, mais difícil do que os jornalistas podem mostrar.
![]() |
*Cláudio Costa é jornalista, setorista de Segurança Pública do jornal O Correio do Povo, de Jaraguá do Sul (SC), pós-graduando em Investigação Criminal e Psicologia Forense. |
>>> Sobre o Café
>>> Sobre o Jornalista
>>> Cafeinado
>>> Maringá
>>> Política
>>> Economia
>>> Geral
>>> Entrevistas
>>> Artigos
>>> Imprensa
* Os artigos não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Jornalista, que os reproduz em exercício da atividade jornalística e amparado pela liberdade de expressão. (Do editor)
0 comentário(s):
Postar um comentário